Eu, tu, ele, nós procrastinamos…
Procrastinar é deixar para depois o que você precisa fazer, adiando a execução de alguma tarefa, decisão, etc. Dizem que procrastinamos dependendo da natureza da tarefa: adiamos o que não gostamos de fazer ou achamos difícil, e o que é mais atraente e fácil, fazemos logo. Pra mim, há um componente principal que se junta a isso: o quanto de envolvimento emocional está em jogo, o quanto a ação significa para nós (o sentido), e o que ganhamos com ela (motivação). Existem vários motivos pelos quais adiamos algo:
a) preguiça – você simplesmente não quer gastar energia nem tempo fazendo. Vai que dá certo. Vai que dá trabalho… Você prefere fazer algo mais legal, ou não quer parar de fazer algo legal que está fazendo. Isto pode ser indício de algo mais profundo, com o qual você não quer lidar agora, e que te mantém na zona de conforto, com sua gratificação “garantida’. Aqui entram também as distrações (tv,redes sociais) que te ajudam a postergar ainda mais e continuar dentro do mundo confortável. Você não procrastina por causa delas, elas apenas te ajudam nesta desculpa.
b) falta de organização com o tempo – falta de foco, clareza do que fazer e como. Você se perde entre as tarefas e não sai do lugar. Muitas vezes vem aliado à falta de prazo. Sem data para entregar/terminar, você acaba deixando as coisas da vida passarem á frente e não prioriza o que tem que ser feito. Esta desorganização externa está ligada à desordem interna e à ansiedade.
Só o começo…
Estas são as a mais fáceis de identificarmos e mais conscientes. Mas na verdade, o que mais está por trás da procrastinação são conteúdos mais profundos:
c) ansiedade – você não sabe o que fazer primeiro, se sente perdido e sobrecarregado com tanta demanda. Acaba se paralisando. Ou quer acabar logo, se livrar e se perde no meio.
d) falta de confiança na sua capacidade de fazer – você adia porque tem dúvidas se consegue dar conta, não tem certeza da sua habilidade e tem medo do resultado. Sua autocrítica é grande e assim, você tem medo das críticas externas. Geralmente, tem altas expectativas diante da tarefa e é perfeccionista (só faz se for para ser o melhor). Tudo isso te impede de começar.
e) medo – medo de não ser bom o suficiente. Medo beeem escondido de ser bom e dar certo. Medo de fracassar. “Se corro risco de errar, nem vou fazer”.
f) busca de prazer imediato – tem uma parte nossa, a mais primitiva (Id), que busca sempre o prazer imediato. Durante a vida toda estamos tentando equilibrar esse desejo imediatista com a realidade, que nos faz esperar. Há ocasiões que buscamos trocar o “duvidoso” (satisfação a longo prazo, que vem depois de algum esforço), pelo “certo” (prazer imediato que temos, sem muito trabalho). Por exemplo: escolher entre assistir a um novo episódio ao vivo da sua série favorita ou estudar.
E mais…
g) falta de compromisso em executar – isso acontece principalmente se não há prazo, nem outras pessoas envolvidas, se é algo para si. Quem é autônomo está sujeito a passar por isso se não houver alguém para lhe cobrar. Ou se não tiver bem seguro do seu desejo e do sentido que isso tem para si.
h) sabotadores internos – além de tudo que foi dito, existem as mentiras que contamos a nós mesmos e que nos impedem de arriscarmos, sermos felizes e aprendermos com nossos erros e sucessos.
Geralmente, a procrastinação vem carregada de culpa, arrependimento, raiva de si, por ter enrolado e não ter feito o que devia, especialmente se o resultado não foi como esperado por falta de dedicação sua. Ou quando perde uma chance, e/ou tem o prazo te pressionando.
No fim, a procrastinação pode parecer leve, mas ela suga nossa energia e nos cansa, pois sabemos o que precisávamos ter feito, e fica sempre uma sensação pendente de falta de responsabilidade. Todos procrastinam, mas cada um tem um jeito de lidar com cada situação, e um tipo de personalidade.
Acredita e vai