O que é “The Work”?
The work de Byron Katie é uma maneira de identificar e questionar os pensamentos que causam todo sofrimento do mundo. São quatro frases para te fazer refletir em cima de cada pensamento negativo que tenha, para te ajudar a desconstruir o sentimento que ele traz. E que muitas vezes não é real.
Esse tipo de pensamento é chamado de “negativo” devido à carga emocional que traz junto dele, pois muda nossa vibração e energia e acarreta sentimentos ruins. Por exemplo, quando pensamos que alguém deveria “me tratar melhor” ou “ele me iludiu” ou que alguém “não é confiável”, passamos a acreditar nisso e fechar, rotular a situação.
Nestes casos, além de depositarmos no outro todo o poder sobre nossas vidas e estado emocional, tiramos a nossa responsabilidade do jogo. EU me sinto assim porque ELE fez isso. Somos vítimas das circunstâncias.
Neste caso, sempre faça essas 4 perguntas:
1) “Isso é verdade?”
Diante de qualquer pensamento negativo que tiver, se pergunte sempre: “Isso é verdade?”. Será que consigo provar com fatos isso que estou pensando, ou é fruto da minha cabeça e interpretação?
Byron Katie nos ensina a questionarmos nossos pensamentos para redirecionarmos nossa atenção e pouparmos energia, evitando estresse desnecessário.
Partimos sempre do que pensamos e sentimos para tomar decisões e nos posicionarmos. É desta forma que encaramos a vida: através do nosso ponto de vista. Mas cada um tem o seu, e cria assim, a sua própria verdade! Não há verdade universal.
Por isso, antes de qualquer atitude, conclusão ou interpretação, é importante se questionar o quanto essa “verdade” é real! Outra pessoa veria da mesma forma que você? Pensaria e sentiria o mesmo?
Se não, vale a pena repensar o que sente e rever suas posições! Isso não invalida nem desvaloriza seu sentimento (ele é seu, único, importante!), mas redimensiona seus julgamentos e crenças! 😉
2) “Você tem certeza absoluta que isso é verdade?”
Nossos pensamentos são a base para enxergarmos o mundo. Partimos deles para generalizar, classificar ou criticar as coisas e pessoas, muitas vezes sem termos certeza ou razão. E com isso, às vezes sofremos por algo que nem existe! Antecipamos o problema, a dor e fazemos drama por algo que é verdade somente em nossa cabeça. O que nos causa sofrimento não é o mundo ao redor, mas o que acreditamos do mundo ao redor, da realidade.
É muito importante avaliar da onde partiu tal pensamento e se é verdade, nos questionando o tempo todo antes de fecharmos conclusões ou nos posicionarmos. Não é o mundo que tem que mudar, mas nossos pensamentos. Fazemos isso através de perguntas que vão desconstruindo nossas crenças e mostrando a realidade como ela é.
Diante disso, a segunda pergunta que temos que nos fazer é “Eu consigo ter certeza absoluta que isso é verdade?” ou ainda continuo “achando”, deduzindo, inferindo?
“Fulano deveria me tratar melhor”. – É verdade? Posso provar? Tenho absoluta certeza disso? Ou é o MEU ponto de vista?
3) “Como você reage; o que acontece quando acredita neste pensamento?”
Normalmente junto de um pensamento ruim vem um sentimento ruim que acaba reforçando o primeiro, e criando um ciclo. Com o que sente, você passa a acreditar mais naquilo e vai se distanciando cada vez mais da verdade.
Se acredito que “Fulano deveria me tratar melhor”, me sinto maltratada, desvalorizada, triste, frustrada, insatisfeita, tenho raiva dele, etc, e vice-versa. Viu como a bola de neve cresce rapidamente? Acabamos colocando fora a responsabilidade de nossos sentimentos, culpando os outros pelo que nós sentimos. “Você me fez sentir isso!”
Na verdade, os outros nos fazem sentir algo que já existe em nós, que é forte mas está escondido, e que aquela situação só ajudou a eclodir devido à nossa interpretação do fato. Entendeu? Fulano pode realmente me tratar mal, mas eu posso escolher como vou me sentir diante disso. Posso me sentir uma vítima dele, sentindo raiva e frustração, quando na verdade eu é que não consigo sair da situação e projeto nele a raiva da minha impotência em sair, e assim, me sinto desvalorizada; posso escolher me indignar porque acredito que todos tem que respeitar os outros; ou posso escolher me afastar, me colocar, expor meus sentimentos e limites, tomando para mim a responsabilidade do que aquela situação me faz sentir.
**Esta é uma interpretação simplória das coisas, nem sempre é tão simples e fácil de enxergar e entender. Isso é um exemplo de como podemos funcionar e o porquê da importância de questionarmos nossos pensamentos que tomamos como verdade.
Quando estamos diante de uma situação onde vivenciamos um desconforto, provavelmente, é algo que precisamos trabalhar em nós, algo que ainda não aprendemos e temos um ponto a desenvolver ali. O que nos incomoda é um espelho de algo nosso. Você que não consegue se impor, você que se sente submissa, você que se deixa levar, você que se sentiu atingida… Reveja suas crenças!
4) “Quem você seria sem esse pensamento?”
E a quarta e última pergunta que Byron Katie nos ensina a fazer, é “Quem eu seria sem esse pensamento?”. Seria mais livre, mais feliz, menos dependente da opinião do outro, mais dona da minha vida? Este pensamento me ajuda a sentir raiva, me sentir desvalorizada, me vitimizar? Como minha vida fica sem este pensamento?
Quando acreditamos em algo e passamos a enxergar a realidade a partir disso, criamos todo um contexto que pode não ser verdadeiro, e vivemos baseados nele. Com isso, nos afastamos de nossa essência, do mundo real e da possibilidade de criarmos novas soluções para o problema. Podemos sofrer desnecessariamente, acrescentando dor aonde poderia não haver, ou aumentando sua dimensão.
Ao passar qualquer pensamento negativo por este crivo das 4 perguntas, estamos filtrando o que vale a pena permanecer e o que temos que mudar. Assim, conseguimos gastar energia só com o que é real, e que realmente precisa de nosso esforço e atenção.
Ao nos depararmos com uma situação em que percebemos que é “coisa da nossa cabeça” (uma projeção nossa), temos a chance de entender como funcionamos e crescer com isso, para vivermos com mais paz no coração. A escolha fica mais clara e fácil de ser feita.
Observe-se mais!
Acredita e vai!