Os inimigos da autoestima

O que pode contribuir para minar nossa autoestima?

Como já falamos antes, (neste texto aqui), há inúmeras crenças, ideias, atitudes que temos sem perceber, muitas vezes por hábito ou imitação, que podem acabar detonando nossa autoestima e criando realmente uma autoimagem negativa. E isso repercute em nossa vida toda e pode nos criar traumas e problemas sérios.

É preciso muita atenção e autoconhecimento para entender o que estamos fazendo para contribuir com nossa baixa autoestima. E começar a mudar isso de vez!

E quais são os inimigos da autoestima? O que mais pode abalar nosso autoamor?

  • Autocrítica. Aquela pessoa que se cobra muito, que exige muito de si mesma. Geralmente é aquela que se critica demais, que vê defeito em tudo que faz, que busca o tempo todo a perfeição. Por trás desse tipo de funcionamento geralmente está a dependência da aprovação alheia para se sentir amada e querida e para entender seu valor.   
  • Não saber colocar limites nem dizer NÃO.  Conseguir dizer exatamente o que se quer, de forma adequada, pode ser difícil pra muita gente. Dizer não e colocar seus limites é uma forma de se respeitar, de respeitar o que se sente. É uma forma de exigir do outro aquilo que você está fazendo consigo: aceitar que tem limites, que eles te ajudam, que nem tudo é bom para você e que você tem consciência disso. É saber escolher o que é melhor para si, naquele momento. Mas para isso, é preciso ter autoestima boa e se bancar.
Inimigos
  • Pensamentos de desvalia. Achar que você não vale nada ou vale menos do que os outros, que “faz nada certo”, que não tem competência… Tem a ver com a autocrítica e são aqueles pensamentos que só nos põem para baixo e tiram nosso mérito, não levando em conta nosso esforço e qualidades. É aquela vozinha que só fala que estamos errados e que somos ruins.
  • Aceitar e se sujeitar a qualquer coisa. Aquelas pessoas que, para não desagradar os outros, aceitam qualquer coisa que vier, desde relacionamentos, até empregos, ajuda, amizades… são aqueles que não conseguem lutar pelos seus desejos e, muitas vezes, se misturam tanto com o desejo alheio que nem sabem mais o que querem. Aceitando qualquer coisa dizemos a nós mesmos que qualquer coisa serve para nós e temos que nos contentar com isso.
  • Anular-se para agradar. Tem relação com o item acima. Quem, para agradar os outros e não lhes causar frustrações, esquece de si, se anula, nega suas vontades e fica a mercê do outro. Querer agradar o outro a qualquer custo mostra uma dependência enorme da aprovação e amor alheio para se sentir valoroso. Mas o efeito é o contrário: quanto mais a pessoa se anula, menos sente que tem valor, até que se perde tanto de si que cria um vazio existencial.
  • Não se colocar como prioridade na vida. Ser sua própria prioridade não é, como muita gente pensa, egoísmo ou egocentrismo. É se valorizar, se cuidar e valorizar sua própria vida. Se priorizar não é deixar o outro de lado, mas entender que, para viver bem, é preciso pensar em si primeiro, no seu bem estar, no que quer, para depois poder estar melhor e ajudar a quem precisa.
  • Carência. Busca constante por valorização, aceitação e aprovação. Pessoas assim sugam a energia de quem está por perto, pois acabam exigindo demais do outro. Estão sempre insatisfeitas, querendo que os outros deem sempre mais, e se sentem excluídas ou rejeitadas quando não são atendidas prontamente. Elas buscam fora o que não conseguem se dar: amor. Tudo porque nem elas mesmas acreditam no próprio valor.
  • Depender do olhar do outro para ser autêntico. Tem relação com o item acima, mas vai além: são aqueles que dependem do olhar de aceitação e aprovação alheia para serem quem são. Quando não obtém essa “aprovação”, se apagam, se anulam, se escondem atrás das máscaras e papeis, pois acham que serão mais bem aceitos.
  • Não se responsabilizar pelas suas escolhas e atitudes. Quando culpamos o outro pelas nossas tristezas e fracassos, damos a ele o poder pelas nossas conquistas também, enfraquecendo nosso poder pessoal e livre arbítrio. É como se o outro tivesse controle sobre nossa vida, e nós não. Ter consciência de que somos responsáveis por tudo que nós acontece – porque, de algum jeito, plantamos aquilo que colhemos, – é uma forma de resgatar nosso poder e melhorar nossa autoestima.
  • Apegar-se à vitimização e ao sofrimento. Esse ponto tem muito a ver com o anterior, pois quem não se responsabiliza pelos resultados que colhe, é vítima da circunstâncias e dos outros. E ser vítima é algo que tira nosso poder de escolha, de reação e de mudança. Tem gente que gosta de se sentir vítima para conseguir atenção e amor. Mas na verdade se apegar à autopiedade pode minar ainda mais sua autoestima e seus relacionamentos. Usar o sofrimento como forma de chamar atenção pode dar certo algumas vezes, mas a pessoa acaba sem saber se merece essa atenção ou se está conseguindo somente pelo drama que criou.
Inimigos
  • Viver de passado e do apego ao que foi. Quem vive lamentando o que não tem mais, vive comparando sua vida antes e depois, vive esperando e lutando para ter a vida que tinha antes, está fazendo um desserviço para si mesmo. Quem não consegue se desapegar do que foi, não consegue viver o que há, não consegue apreciar os momentos e nem enxergar o que tem. Vive insatisfeito, como se não conseguisse fazer melhor, e fica esperando algo acontecer e mudar tudo, sem perceber que quem tem que mudar é ele. É preciso mudar de pensamento e de época! O passado não nos define e não precisa definir nossa vida!
  • Culpar-se e ficar remoendo os erros. Aquele que está sempre se culpando e vive remoendo os erros como forma de crítica, e não de aprendizado, acaba com sua autoconfiança e mina sua capacidade de evolução. A culpa detona a autoestima porque coloca um peso muito grande nos erros e não deixa a pessoa superar e se perdoar. Ela continua sofrendo e revivendo o problema a cada lembrança, e se punindo.
  • Hábitos compulsivos. Comer demais, beber demais, fumar, dormir demais, jogar, se exercitar demais, amar demais. Tudo que é em excesso é perigoso e esconde algum vazio, alguma falta. E geralmente é falta de autoconfiança, de autoestima, de autoamor, de autoaceitação. E a pessoa busca isso através do alívio que esses comportamentos compulsivos oferecem. Eles trazem essa sensação ilusória de que está tudo bem, amortecendo essa falta que dói tanto.
  • Autorrejeição, autobullying. Há pessoas que fazem de tudo para se sentirem pertencentes, até mesmo autobullying. Fazem isso seja pela aparência que tem e que não gostam, pelos comportamentos que acham que não são bem aceitos ou adequados. Fazem piadinhas, gracinhas que os desvalorizam na frente dos outros e que parecem uma brincadeira, mas que na verdade acabam os marcando muito mais e os ferindo com o aval dos outros. Saem mais machucados ainda e esse mecanismo se alimenta mais de si mesmo: ao dar certo se mostrar através da brincadeira e serem aceitos, continuam usando da piada para se sentirem amados.
Inimigos
  • Autoabandono. É uma forma de não se cuidar, de não se priorizar, de não cuidar da sua saúde, de não lutar pelos seus desejos, de não se ouvir. Aqueles que largam emprego pelo outro, abandonam sonhos de vida pelo outro, que fazem somente o que o outro quer, e vão se esquecendo de si. Vão se abandonando aos poucos em função do outro, do que o outro quer, para agrada-lo. E vão ficando para trás, pequenos, desvalorizados, apagados. A identidade, a autenticidade e a autoestima vão se apagando junto e a pessoa vai se esvaziando cada vez mais.
  • Comparação. De alguma forma usamos o outro como base para sabermos se estamos bem ou não, se estamos vencendo na vida ou não. Esquecemos que o que vemos do outro é o que ele quer nos mostrar, principalmente nas redes sociais e mídias. A comparação é o pior dos venenos porque comparamos “maçãs com bananas”, mas acreditamos estar nos comparando de igual para igual. Comparamos nossa vida, que só nós sabemos quanto sacrifício e sofrimento tem, com a vida de palco dos outros. E assim, nunca saímos ganhando. Mas não percebemos isso. Quem se compara quer se sentir melhor que o outro, quer ganhar. Mas só de entrar nesse jogo já está perdendo. Sentir que ganhou, que está melhor que os outros através desse artifício, demonstra uma falta de segurança, falta de amor próprio, de autoaceitação e de consciência do seu próprio valor. Ninguém precisa ser pior que você para se sentir bem. Quando você está certo do seu valor, não sente necessidade de competir com ninguém. Todos podem ter seu lugar ao sol sem ofuscar os outros.

E você, consegue identificar quais desse mecanismos você pode estar usando que mina sua autoestima?

Comece a aumentar sua consciência de como você pode estar se sabotando e acabando com o seu autoamor. Pergunte-se “por que estou fazendo isso? Como posso parar já e me amar mais?”

Você pode mudar isso a partir de agora! Comece se amando mais acima de tudo e seja bom consigo mesmo/a.

Um beijo.

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