Mentir é uma forma de integrar-se ao mundo. Será?
Começamos o desafio da semana em sintonia total com o que se passa no Brasil ultimamente. Mentiras estão sendo desvendadas, a verdade está libertando os brasileiros e prendendo os mentirosos. “Mentira tem perna curta. A verdade sempre aparece.” O primeiro compromisso que deveríamos ter conosco mesmos e com o mundo (do livro de Don Miguel Ruiz)* é o de ser impecável com nossa palavra, ou seja, falar com integridade, dizer apenas aquilo que acreditamos, fugir de fofocas e comentários negativos, usar o poder da palavra na direção da verdade e amor.
Talvez por termos sido criados vivenciando mentirinhas e desculpas que nossos pais usavam para dar no trabalho, para uma amiga com a qual não queriam falar, para evitar transtornos, etc, fomos aprendendo que mentir é normal e até certo ponto aceitável socialmente. E assim, começamos a testar as nossas próprias mentiras “não fui eu que quebrou isso!” e entender que em alguns momentos, elas convenciam e caiam bem.
A partir dos 4 anos mais ou menos, a criança começa a ter essa percepção e discernimento sobre a mentira. A mentira incita uma certa “malícia” e traz uma inclusão ao mundo real. Quem é muito honesto e sincero é taxado, muitas vezes, como ingênuo e bobo, aqui no Brasil. E da micro-organização, que é nossa família, ela cresce para a escola, bairro, cidade, e quando vemos, nosso país vive numa mentira. Sim, ela começa em casa, conosco, com nossas desculpas para ensinar o filhinho a fingir que gostou do presente recebido, ou beijar aquele bando de parente enquanto ele só pensa em brincar.
E o nosso cérebro aprende isso e repete esses mesmos passos para evitar gasto de energia = aprendemos que mentir é bom, fácil e rápido, e nos livra de problemas. E de tanto mentirmos para os outros, aprendemos a mentir cada vez mais para nós mesmos. E vice versa. E ficamos viciados e acomodados.
Quebre isso, já!
A mentira é uma defesa que usamos como fuga da realidade e tentativa de preencher algum vazio existencial. Muitas vezes nos escondemos atrás de máscaras sociais porque tememos ou temos vergonha de nos mostrarmos como somos, ou assumirmos nossa posição sócio-econômica. E assim, criamos uma mentira atrás da outra em nossa vida.
Hoje peço: olhe para todas as suas mentiras. Que mentiras você criou e vive diariamente em sua vida? Que papeis você exerce que não são seus? Que crenças você tem que não são suas? O que você anda ensinando aos seus filhos?
Para acabar com as mentiras do país, devemos acabar com as mentiras de nossas vidas; as externas e internas. A sua parte é uma parte do todo. O todo faz parte da sua vida.
Acredita e vai.