Autoestima é autoamor!
Autoestima! Todo mundo fala e usa muito essa palavra, mas o que significa e como melhorar a nossa?
Se você parar para pensar melhor, autoestima nada mais é do que autoapreciação e tem a ver com julgamento e com autoimagem. É se estimar e se amar. É o conjunto de pensamentos e sentimentos que a gente tem em relação a nós mesmos, que cria a representação pessoal positiva ou negativa que fazemos sobre nós.
Autoestima vai além do espelho, da aparência, como muita gente pensa; é muito mais profunda e complexa, e tem a ver com a nossa essência.
Como ela se desenvolve?
Nossa autoestima é desenvolvida desde que nascemos, primeiro através do olhar da mãe ou dos cuidadores que tivemos, pelo tratamento que recebemos e pelo amor que sentimos deles; e pelo lugar que temos na família e no coração de quem nos cria.
Ao longo da vida ela vai sendo desenvolvida através do olhar do outro e pela nossa percepção sobre isso. Todas as informações que a gente vai captando passiva ou ativamente sobre nós vão virando crenças e dados que vão formando nossa autoimagem, e vão nos mostrando quem somos e que valor temos.
Estamos sempre desenvolvendo e modificando esse nosso olhar, esse nosso apreço pela gente mesmo. Muita coisa interfere no que sentimos sobre nós. E ao longo do tempo, quanto mais sabemos nosso valor e o vemos independente do outro, menos nossa autoestima é afetada por algo externo.
Quando sabemos nosso valor e estamos seguros das nossas atitudes, nada nos atinge: a crítica alheia não nos abala, os comentários maldosos não nos fazem duvidar da nossa capacidade…
Quem conhece seu valor tem mais capacidade de enfrentar os obstáculos da vida e enfrentar as mudanças com determinação e segurança. Além disso, faz melhores escolhas, pois sabe o seu lugar e o que merece. Sabe o que gosta e sabe seus limites, não aceitando menos do que do que merece, não aceitando pessoas que não o valorizem e que não o tratem bem.
O que fortalece e o que abala a autoestima?
O que ajuda a fortalecer nossa autoestima é a nossa capacidade de tolerar frustrações, de não se afetar com os julgamentos alheios. Também a nossa resiliência para lidar com o que não controlamos e não esperamos, e toda nossa educação para sermos quem somos.
O que nos abala é nossa própria dúvida sobre nossas atitudes e escolhas, sobre nossa capacidade e habilidade para fazer algo e sobre a nossa competência. Até nossa dúvida sobre nossa beleza e carisma. E isso tudo pode estar ligado a crenças negativas que fomos obtendo ao longo do tempo pelos feedbacks que fomos recebendo e interpretando dessa forma.
Nem sempre o que interpretamos como negativo é, na realidade, desta forma. Muitas vezes nosso olhar já está tendencioso para enxergarmos tudo pelo viés do erro, da crítica, do julgamento, e nem mais vemos como as coisas são, mas como as projetamos.
A verdade é que enxergamos a vida e o que nos acontece através de um véu criado pelas crenças daquilo que vivemos e sentimos, e de todo repertório que fomos formando ao longo da vida sobre quem somos. Se ao longo da vida fomos formando uma autoimagem positiva, acreditando na nossa força e capacidade, nosso véu é otimista e fortalecedor. Mas se duvidamos do nosso valor e não nos achamos merecedores, nosso jeito de enxergar a vida é pessimista e duro.
Nosso pensamento influencia muito o que e como filtramos aquilo que vem de fora e em como isso nos atinge e colabora para nossa autoestima positiva ou negativa.
Outra coisa que pode interferir é o padrão de beleza e o que está sendo valorizado pela sociedade no momento. Infelizmente, muita gente ainda sofre influência das mídias e dos padrões para se comparar e viver sua própria vida. E isso só ajuda a minar ainda mais uma autoestima que não esteja forte e segura o suficiente para aprovar a si próprio/a mesmo fora dos padrões ditados.
Nossa vida é o reflexo da nossa autoestima
A autoestima influencia em todas as áreas da nossa vida. Toda nossa vida é reflexo da nossa autoestima. Todas nossas escolhas, relacionamentos, emprego…
Quer saber como está a autoestima de alguém? Dê uma olhada nos relacionamentos que a pessoa tem. Há uma frase do filme “As Vantagens de Ser Invisível” que resume tudo: “Aceitamos o amor que achamos que merecemos.”
Quem acha que não merece muito, aceita qualquer coisa. E isso diz sobre a autoestima da pessoa e o quanto ela (não) se valoriza.
Que tipo de amor e de relacionamentos você tem aceitado na vida?
Ter autoestima positiva é quando sabemos nosso valor e ponto. Independente de relacionamentos que podemos ter ou não, independente de status social, estado civil, cargo, dinheiro.
É preciso se amar como se é. É preciso aprender a se aceitar com os defeitos, e saber que somos mais do que eles. É preciso aceitar e respeitar os limites e fraquezas como partes nossas e integra-los no nosso ser, sem vergonha, sem piedade, sem negar o que não é tão agradável. Só quando os integramos, passamos a parar de nos julgar.
É preciso se desvencilhar do passado e perdoar nossos próprios erros para conseguir ir em frente e fazer melhor. Entender que estamos aprendendo, e nos punir e castigar por um deslize não vai nos ajudar a fazer diferente.
É preciso se amar muito, antes de amar a qualquer outra coisa no mundo. Senão, não conseguimos aproveitar a vida, amar os outros, cuidar dos outros… Temos que ser nosso primeiro e maior amor.
Temos que ser nosso melhor amiga/o e cuidar de nós como cuidaríamos dela/e. Temos que nos olhar, aceitar, respeitar, perdoar, acolher, apoiar, honrar. Nos incentivar e nos admirar. Somos incríveis, somos únicos!
Nada de fora vai nos completar ou satisfazer; nem saciar essa busca e esse vazio de quem não tem autoamor.
Somente nós podemos nos resgatar. Somente o amor pode curar.
Um beijo.
PS: Leia também o texto sobre Os Inimigos da Autoestima.
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